Giaxa disse que não precisa do cargo para sobreviver
"Não estou passando fome", esbravejou.
Francisco Manoel Giaxa, diretor-executivo do Departamento de Água e Esgoto de Marília e o Mauro Cirino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais, bateram boca, hoje, no programa Hora H, do apresentador e jornalista Hailton Medeiros, transmitido ao vivo pelo Canal 13 (TV Comunitária). Hailton tentou intermediar o debate, mas por várias vezes, a coisa esquentou lá nos altos do Salgado Filho, onde funciona a sede da emissora. Cirino rebateu medida que considerou prejudicial aos funcionários do Daem quando Giaxa mediante portaria alterou o horário de expediente dos operários que trabalham na captação de água, mudando a jornada de 8x24 horas para 12x36 horas. Cirino entendeu que tal medida é ilegal e que prejudica os servidores porque tira o direito que eles tinham de receber horas extras. Para Cirino, é uma afronta a Lei 11/91 que regulamenta o serviço público e suas particularidades, só possível de alteração mediante emenda à lei orgânica citada, desde que aprovada pela Câmara. Revelou ainda Cirino que Giaxa não sabe lidar com os funcionários, fala o que lhe vem à cabeça e deveria reler alguns decretos para estar atualizado sobre a legislação. Foi quando Giaxa passou a mostrar sua veia de bravo guerreiro, passando a discorrer que é independente, que não depende para viver do cargo político do Daem, que não está passando fome. E mais, disse Giaxa, falei pro Vinicius - prefeito - que não aceito ingerência política dentro do Daem, se houver, não fico lá. E não parou : fui ameaçado por um bando de ....(ao que foi interpelado por Cirino sobre sua postura de chamar os servidores do Daem de "bando"), e se não desse uma de macho, não sei o que teria acontecido. Giaxa foi além : todos os funcionários do Daem são bons, sabe por que, porque todos recebem uma função gratificada, disse indignado. O presidente do Daem salientou que a medida em questão favorece os servidores que terão mais tempo pra passar com a família. Mas, instado sobre o prejuízo para os funcionários, revelou que terão, sim, deixarão de ganhar horas extras como vinha ocorrendo. Destacou que hoje o Daem paga um dos melhores salários do município, com média de 4 mil reais per capita. Com essa medida na alteração da jornada de trabalho, disse Giaxa, o Daem fara uma economia mensal de 200 mil reais ou 3,6 milhões ao ano. Giaxa confirmou que pretende implantar uma reforma administrativa no Daem e "ai vai sobrar gente". Não satisfeito e do alto da sua sinceridade que lhe é peculiar, revelou que o departamento jurídico do Daem é muito fraco, criticando os procuradores ali existentes. Giaxa soltou pérolas de toda ordem e causou alvoroço no programa. No ar, Hailton leu trechos de várias cartas de funcionários, anônimas, claro, que criticavam o diretor pelas medidas tomadas. O Sindicato deve ingressar com um ação contra o Daem vez que ao teor da lei, a mudança de horário parece ser mesmo ilegal, pois contraria a lei orgânica do município e uma simples portaria não tem poder hierárquico sobre uma lei municipal. Giaxa ainda acentuou : podem recorrer, é um direito que vocês tem, mas o novo horário está mantido.
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