O Marilia em Debate
assegura que é fundamental a liberdade de imprensa e a livre manifestação do
pensamento. É nesse diapasão que o
comentário de uma suposta pesquisa de um professor universitário ganhou
manchetes de um grande jornal da cidade, o Correio Mariliense. Dirigido pelo
empresário Tony Filho, de larga experiência no ramo, seu fundador, editado por
um dos mais competentes jornalistas do interior paulista, Marcelo Moriyama e
possuindo em seus quadros, um primor do talento do jornalista Carlos Teixeira,
chamou a a atenção pelo que se sucedeu a
partir daí. Quem julga o errado
ou o certo a partir do ordenamento jurídico, moral e social é a Justiça. Se
qualquer um do povo pode provocar a Justiça, correto também é afirmar que se
não cabe censura ao jornal não poderia caber censura ao professor. A democracia
pressupõe liberdade de ir e vir, de criticar (e ser criticado), mas de usar a
lei para se defender. É perfeitamente compreensível que o jornalista tenha
detectado na postagem do professor, um jeitinho brasileiro de encher a bola do
candidato que representa e portanto, passível de uma investigação sobre a
legalidade do ato. Deveria de pronto o departamento jurídico da emissora fazer
uma representação junto ao Juizo Eleitoral sobre o fato, em nome do jornal,
ainda que seja. Mas, no afã de informar, de tornar transparente o comportamento
do jornal, foi além e publicou com destaque em recente edição o que seria a
grande mancada tucana assinada pelo professor.
Não há culpados ou inocentes, não deve haver sequer acusação contra um e
outro e instigação a agressões verbais na rede social. É incompreensível até
como se chegou até aqui e tomou uma dimensão inexata, tais fatos. Seja uma
pesquisa sem registro ou um pedaço de papel, a democracia –repito – pressupõe liberdade
de expressão. O comentário do professor não feriria a candidatura que estaria
sendo prejudicada com a postagem. Imaginar isso é o mesmo que crer que existem
bruxas. Tão pouco a divulgação do comentário mereceria uma noite de sono mal
dormida do professor. Deu-lhe sim, publicidade. Lamenta-se apenas que a
imprensa seja sempre a culpada de tudo. Se as relações sociais vão mal, a
imprensa é culpada, se o time da cidade perdeu o jogo, a imprensa é culpada, se
há desemprego, é porque a imprensa alardeia mal a cidade, se o candidato D está na frente, a imprensa é
taxada pelo candidato V de situa-lo naquele patamar. Enfim, convém ler as
linhas pelas entrelinhas e as pesquisas com óculos 3D. Logo, veremos que nem
tudo que reluz é ouro. Que essa página da história da imprensa possa ser superada. E que todos entendam que a democracia é o exercício do direito e do respeito ao limite do outro.
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