sábado, 29 de dezembro de 2012

Marca do novo secretariado é a renovação com titulação em detrimento da tecnocracia



Não há dúvidas. O prefeito eleito e diplomado, a 48 horas de tomar posse, já deixa sua marca na nomeação dos novos secretários que comporão o seu governo. Pós-graduado em gestão pública, Vinicius desfaz-se dos conceitos teóricos da meritocracia com aproveitamento dos tecnocratas e quebrando um paradigma de governos anteriores, renova o secretariado valendo-se de profissionais competentes e notáveis da sociedade devidamente titulados, ou com mestrado ou doutorado. Até então, os tecnocratas eram voz corrente da administração e saídos das cadeiras das repartições as quais ocupavam há anos, vinham sendo promovidos a coordenadores, supervisores e secretários municipais. Vinicius Camarinha estanca essa sangria de super-poderes para a burocracia. Dá voz e poder para profissionais bem sucedidos na vida pessoal.  Convida mestrandos, doutorandos, cerca-se de uma intelectualidade latente. Esse parece ser o fio condutor do seu governo.  O que na culinária chama-se fio de ouro. Se a quebra do paradigma pode causar surpresas para uma estrutura que sucumbia à lentidão e letargia, por outro, ganha impulso, movimento, aceleração a máquina que deixa de se servir e aos seus integrantes para servir ao povo. É o princípio que deve nortear a gestão vinicista, de bate pronto totalmente contrária ao que pregam os postulados modernos de administração que vêem na meritocracia, o caminho para a competência governamental. Vinicius, estudioso do assunto, se rebela contra os livros impregnados de teorias.  Diz não a Peter Drucks. Malversa Taylor. Destrói Ford. Corrói a mecanização das estruturas burocratizadas. Insurge-se contra o pragmatismo viscoso dos papéis que por si criam vida e valem mais do que os humanos. Desratiza o choque de gestão. Vinicius parece estar fadado a fazer uma revolução de costumes. Arma-se com os melhores escudeiros da cidade contra o imobilismo tecnocrata. Abomina o carimbo como condição sine qua non para a vida. Existe vida além do protocolo. Por exemplo, em que posso servir, como posso lhe ajudar, de que maneira vou ser útil ao senhor ou a senhora. Vinicius quer implantar a cultura da gentileza. Melhor que chegar à repartição e ser atendido por um daqueles tecnocratas cujos pés das cadeiras criaram teias de aranha, os quais atendem o povo e dizem : pegou a senha, espera lá atrás, qual o seu número. Percebam, eles nunca perguntam qual o seu nome. A virtude de ser um administrador jovem é justamente a de estar antenada com o mundo atual.  Mas, claro, não pode abrir mão da experiência de quem sabe um pouquinho mais, entretanto, essa troca sempre deve se dar em duas mãos, a que oferece e a que recebe conhecimento.  Tudo leva a crer que o prefeito Vinicius fará um bom governo. Já conseguiu se livrar daqueles que se julgam donos  da plaqueta de patrimônio. A vida flui, a administração pública deve fluir também. É a evolução dos tempos. Sorte pro Vinicius. Sorte de  todos.



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