Não há dúvidas. O prefeito eleito
e diplomado, a 48 horas de tomar posse, já deixa sua marca na nomeação dos
novos secretários que comporão o seu governo. Pós-graduado em gestão pública,
Vinicius desfaz-se dos conceitos teóricos da meritocracia com aproveitamento
dos tecnocratas e quebrando um paradigma de governos anteriores, renova o
secretariado valendo-se de profissionais competentes e notáveis da sociedade
devidamente titulados, ou com mestrado ou doutorado. Até então, os tecnocratas
eram voz corrente da administração e saídos das cadeiras das repartições as
quais ocupavam há anos, vinham sendo promovidos a coordenadores, supervisores e
secretários municipais. Vinicius Camarinha estanca essa sangria de
super-poderes para a burocracia. Dá voz e poder para profissionais bem
sucedidos na vida pessoal. Convida
mestrandos, doutorandos, cerca-se de uma intelectualidade latente. Esse parece
ser o fio condutor do seu governo. O que
na culinária chama-se fio de ouro. Se a quebra do paradigma pode causar surpresas
para uma estrutura que sucumbia à lentidão e letargia, por outro, ganha
impulso, movimento, aceleração a máquina que deixa de se servir e aos seus
integrantes para servir ao povo. É o princípio que deve nortear a gestão
vinicista, de bate pronto totalmente contrária ao que pregam os postulados modernos
de administração que vêem na meritocracia, o caminho para a competência
governamental. Vinicius, estudioso do assunto, se rebela contra os livros
impregnados de teorias. Diz não a Peter
Drucks. Malversa Taylor. Destrói Ford. Corrói a mecanização das estruturas
burocratizadas. Insurge-se contra o pragmatismo viscoso dos papéis que por si
criam vida e valem mais do que os humanos. Desratiza o choque de gestão.
Vinicius parece estar fadado a fazer uma revolução de costumes. Arma-se com os
melhores escudeiros da cidade contra o imobilismo tecnocrata. Abomina o carimbo
como condição sine qua non para a vida. Existe vida além do protocolo. Por
exemplo, em que posso servir, como posso lhe ajudar, de que maneira vou ser útil
ao senhor ou a senhora. Vinicius quer implantar a cultura da gentileza. Melhor
que chegar à repartição e ser atendido por um daqueles tecnocratas cujos pés
das cadeiras criaram teias de aranha, os quais atendem o povo e dizem : pegou a
senha, espera lá atrás, qual o seu número. Percebam, eles nunca perguntam qual
o seu nome. A virtude de ser um administrador jovem é justamente a de estar
antenada com o mundo atual. Mas, claro,
não pode abrir mão da experiência de quem sabe um pouquinho mais, entretanto,
essa troca sempre deve se dar em duas mãos, a que oferece e a que recebe
conhecimento. Tudo leva a crer que o
prefeito Vinicius fará um bom governo. Já conseguiu se livrar daqueles que se
julgam donos da plaqueta de patrimônio.
A vida flui, a administração pública deve fluir também. É a evolução dos
tempos. Sorte pro Vinicius. Sorte de todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário