Capacitação aconteceu em dois
períodos, na sexta-feira dia 22 de novembro, no anfiteatro da reitoria da
Unimar
Médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos,
terapeutas ocupacionais, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais da
Secretaria Municipal da Saúde de Marília e professores da educação especial da
Secretaria Municipal da Educação participaram na sexta-feira, dia 22 de
novembro, do ciclo de treinamento e plenárias organizado em Marília pelo TEA
Itinerante, um projeto de âmbito internacional que conta com a participação de
psiquiatras de Marília e também do Estado do Acre.
A iniciativa, organizada pelo
Programa Municipal de Saúde Mental de Marília, foi dividida em dois períodos:
período da manhã, voltado às equipes multiprofissionais dos Caps (Centro de
Atenção Psicossocial), assistentes sociais e educadores, e período da tarde,
quando participaram médicos e as equipes dos núcleos prestadores de serviços -
a exemplo da Apae, Clínica Aconchego e também Espaço Potencial. As palestras e
mesas-redondas foram realizadas no anfiteatro da reitoria da Universidade de
Marília, a Unimar, no campus universitário, zona Oeste.
“Contamos com aproximadamente 150
participantes, na soma dos dois períodos de capacitação”, informou a enfermeira
Camila Alcalde, supervisora do programa municipal de Saúde Mental e uma das
organizadoras do evento. A realização de sexta-feira, dia 22 de novembro,
consistiu na primeira atividade em Marília do Programa Transtorno do Espectro
Autista Itinerante, o TEA Itinerante, tendo como tema ‘Cuidado e Prática
Interdisciplinar’. O TEA Itinerante é coordenado em Marília pela médica
psiquiatra Dra Indra Durigan, que já esteve com o programa realizando
atividades em Angola, país de língua portuguesa localizado na África.
A médica Dra Indra Durigan trouxe
para o evento em Marília outras duas integrantes do programa: a psicóloga
Amanda Rossini, de São José do Rio Preto, e a terapeuta ocupacional Luciana
Perroud, de Santo André. Todas palestraram nos dois períodos do evento. Outros
palestrantes da capacitação foram o médico psiquiatra Dr Murilo Oliveira Santos
e a médica psiquiatra Dra Ângela Marques Fernandes Batista, ambos psiquiatras
assistentes do ambulatório Caps Catavento. Durante as plenárias houve exibições
de vídeos com trajetórias de famílias que possuem filhos com TEA e sobre a
experiência do TEA Itinerante em Angola. “Durante o evento, abordamos temas
relevantes sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), com ênfase na
complexidade do processo diagnóstico. Discutimos como esse diagnóstico exige
uma anamnese e uma observação clínica detalhadas para identificar com precisão
as características do TEA. Também abordamos como reconhecer e agir diante das
disfunções sensoriais, oferecendo estratégias para lidar com essas alterações
comuns no TEA. Além disso, explicamos de forma prática aos profissionais o
processo de treinamento parental”, contextualizou a médica Dra Indra Durigan.
Desafios
Sobre os maiores desafios atuais para
os profissionais da Saúde quando o assunto é TEA, a psiquiatra Indra Durigan
observou que um destes desafios é realizar o diagnóstico precoce e preciso.
“Isso porque a heterogeneidade dos sintomas e a sobreposição com outros
transtornos tornam a identificação do TEA mais difícil. Para distinguir o TEA
de condições com sintomas semelhantes, os profissionais precisam realizar uma
avaliação cuidadosa e possuir experiência significativa”, explicou.
“Além disso”, prosseguiu a
psiquiatra, “o tratamento é individualizado e necessita de uma equipe multidisciplinar
(fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, entre
outros), mas ainda enfrentamos a escassez de profissionais habilitados e
famílias com poucos recursos para garantir esse engajamento. O acompanhamento
exige uma abordagem integrada e coordenada entre os profissionais para
assegurar a eficácia do tratamento. Por fim, o treinamento e apoio às famílias
são igualmente essenciais. Garantir que os pais implementem estratégias de
maneira consistente em casa é um desafio adicional, especialmente quando somado
à sobrecarga emocional vivenciada pelos cuidadores”, concluiu a médica.
Fotos: Ramon Barbosa Franco
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